quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um 'cochilo' (ou será determinação?) do Patrimônio Histórico Municipal

Como de costume, Minas trabalha em silêncio. Para o bem e para o mal. Depois de algum barulho causado por notícias que davam conta da possibilidade de um Belvedere IV, nada mais foi dito nem perguntado. Na verdade, espera-se assim a poeira abaixar, para executar a sentença, que como foi já dito aqui está mais do que assinada e definida. Mera questão de tempo. Gostaria sinceramente que o Prefeito Mário La-Cerda fizesse uma experiência pessoal que muito o enriqueceria, quer como pessoa, quer como administrador. Durante seis meses abandonasse o carro oficial. Como opção, poderia usar o seu próprio veículo (deve tê-lo como empresário bem sucedido que é, segundo se apregoava na campanha), ou mesmo usar o transporte coletivo. No cargo que ocupa acredito que o Sr. Prefeito não precise de ‘passar o ponto’ nos horários de chegada e saída, o que não lhe traria problemas, caso optasse pelo transporte público. Uma pena que nesta hipótese, pouco serviria para avaliar o transporte público de BH, vez que, como se sabe, o Prefeito mora fora de BH ( e tem como hobby um barco; sábio Prefeito). Mas para que a experiência viesse a ter efeito não deveria poder utilizar a vaga privativa, bastaria procurar um estacionamento no Centro ou mesmo uma vaga. Habilidoso como é, tenho certeza que ele tiraria de letra. Ou pelo menos entenderia, na pele, os problemas que apenas lê e escuta.
Voltando ao Belvedere IV, um cochilo, dessa feita do Patrimônio Histórico Municipal: já se encontra em fase avançada de demolição uma antiga residência, pertencente à empresa mineradora que explora os arredores da Serra, no final da Rua Correas, . início da Vila do Sion. Era usada como casa do encarregado de obras quando a mineração estava mais ativa. Não sei precisar pelas fotos a data, mas era uma casinha linda, e com elementos representativos de pelo menos uns cinqüenta anos da arquitetura belo horizontina, o que, para uma cidade centenária , é muito.  É mais que uma destruição de patrimônio histórico; além de um cochilo do Município, a demolição é, antes de mais nada,  um sinal. Sinal de preparo, sinal de acautelamento ao que virá. Infelizmente, a profecia se cumpre, dia após dia.A seguir fotos da antiga construção, que pelos meus cálculos só deverá existir vestígios por cerca de mais uma semana. 


A antiga contrução, hoje em estado avançado - e apressado- de demolição. Sem qualquer manifestação do Patrimônio Histórico Municipal... que, certamente, apenas cumpre ordens.

"Passado o trator", nada restará, nem vestígios, logo não há o que preservar.... lógica irrefutável. Tudo mui silenciosamente. E o pior não é a demolição em si do imóvel, de todo lamentável. Mas sim a preparação que no fundo representa. É dizer: preparar o terreno para as futuras edificações. As Torres Gêmeas e Dubai que se cuidem.

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