quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Confirmando- ou Crônicas de uma Serra Anunciada

Reproduzo artigo publicado no jornal "Diário do Comércio", hoje, 19 de outubro de 2011,  sob o título "Lagoa Seca vai encerrar extração na Serra do Curral". Eis alguns trechos:

"O anúncio do fim da exploração foi feito ontem na Assembléia Legislativa de Minas G erais(ALMG).  Segundo ele [ o presidente da empresa Leonardo Teixeira], embora o ppotencial da jazida de dolomita permitisse mais cinco anos de atuação da companhia, a opção foi não solicitar nova licença de lavra a céu aberto. Além da Mineração Lagoa Seca, a Magnesita  faz exploração subterrânea da mina. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa não soube informar até quando vai a licença para a atividade na área"(grifos e colchetes nossos)

E mais adiante, na mesma notícia: "Isso porque a Patrimar, juntamente com a Construtora Caparaó, está projetando um complexo que, se aprovado, ocupará 100 hectares de uma área que compreende, também a região da mina. Ao todo o projeto se estenderia das proximidades da Vila Acaba Mundo, no Sion, ao Belvedere, aos pés da Serra do Curral"

Notem o tamanho 100 hectares......e a britanicidade elegante do texto "se aprovado"....

Segue o texto:"Apesar da polêmicas que rondam a construção, Martins afirma o caráter sustentável do empreendimento que teria coeficiente de aproveitamento do terreno de 0,3, índice baixo em comparação com outras áreas. Ou seja, cerca de 30% do terreno seria ocupado com edificações e o restante ficaria reservado a recuperação de áreas verdes". Ora baixo, se comparado a construções na área urbana, lotes, etc. Mas numa área de 100 hectares....

Donde se concluí: trata-se de  30 hectares efetivamente construídos, o que demanda acessos, e fluxo (veículos, estacionamento, tráfego, etc) condizente com 30 hectares de construção. Ainda fica patente, pra não dizer confesso a necessidade de recuperação das chamadas áreas verdes.

"A previsão é de que 30 prédios de dois a 12 pavimentos sejam construídos. Ainda conforme Martins, somente uma torre teria 15 pavimentos e seria instalada no ponto mais baixo do terreno, respeitando , assim, a vista da Serra do Curral. O Valor Geral de Vendas (VGV) é estimado para superar R$ 2 bilhões." (grifos nossos, sobretudo na palavra previsão que tem sempre um tom precário, algo como 'inicialmente previsto", o depois é o depois....).

Resta esperar que o COPAM não abra mão das duas condicionantes que a Mineradora já solicitou fossem alteradas )por que será?), e que são exatamente a previsão de recuperação integral da área, e transformação em espaço para uso público (parque ou similar). A decidir diferentemente, que força moral terá o Copam para multar outras áreas mineradoras do Estado, que simplesmente abandonavam a área depois de extraídas e encerradas as atividades? Assustam o tamanho da área 100 hectares, e o valor do empreendimento. Tudo a confirmar o que foi dito no post anterior - Belvedere IV- o Império Contra-Ataca.Com a reeleição do atual prefeito já praticamente decidida e desejada por todos, - e ainda assim com as naturais necessidades de campanha-  este é mais um fator complicador, saber se ele terá força de impor ao Conselho Estadual posição firme no sentido de cumprimento das condicionantes anteriores. Vamos torcer para que o espírito público do Prefeito fale mais alto que sua "mineridade". Enfim, aproveitem, e reeditando o bordão dos anos 70, olhem bem as montanhas...

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